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Cresce a porcentagem de norte americanos que preferem eleição direta para presidente

Pesquisas indicam que, ano após ano, mais e mais americanos querem abolir o sistema de colégio eleitoral (ou de eleição indireta) e adotar o que chamam nos EUA de "voto popular" (ou eleição direta) para escolher o presidente.


A última pesquisa do Pew Research Center mostra que essa é a vontade de quase dois terços (63%) dos eleitores dos EUA, contra a de 35% dos eleitores que querem manter o atual sistema de colégio eleitoral — 2% não tem opinião.


Na pesquisa de 2021, 55% dos eleitores se declararam a favor de abolir o colégio eleitoral; e 43% a favor de mantê-lo — uma diferença de 8% de ano para ano, segundo o Pew Research Center, A vontade de mudar o sistema de eleição indireta para eleição direta para presidente é significativamente maior entre os eleitores do Partido Democrata e os eleitores independentes (sem partido), que tendem a votar em candidatos democratas: 80% — um aumento de 9% em relação à pesquisa de 2021.


Entre os eleitores do Partido Republicano e independentes que tendem a votar em candidatos republicanos, 42% querem mudar o sistema; 56% querem manter tudo como está e 2% não sabe o que quer. De qualquer forma, o número de republicanos em favor da mudança vem aumentando: eram 37% em 2021 e apenas 27% à época das eleições de 2016.


Uma razão da preferência dos eleitores republicanos pelo sistema de colégio eleitoral é a de que ele favorece o seu partido. Isso se explica pelo número de delegados que é alocado a cada estado, baseado no número de parlamentares que cada partido tem no Congresso.


Nisso, pesa o fato de que todo estado tem dois senadores. Assim, a Califórnia, com 39,6 milhões de habitantes, tem direito a dois delegados garantidos, mais uma quantidade de delegados correspondente ao número de deputados na Câmara; e Wyoming, com apenas 581 mil habitantes, também tem direito a dois delegados, mais uma quantidade de delegados correspondente ao número de deputados na Câmara.


Outro fator decisivo é o de que 48 estados adotaram o sistema segundo o qual todos os delegados ao colégio eleitoral são escolhidos pelo partido que vencer a eleição em seu território — apenas Maine e Nebraska dividem o número de delegados proporcionalmente ao número de votos populares.


Dois pesos e duas medidas

Assim, o Partido Republicano, que domina a maioria dos estados (principalmente os estados conservadores no Sul e no Meio-Oeste do país), acaba elegendo um número maior de delegados.

O resultado dessas circunstâncias é o de que o Partido Democrata precisa receber pelo menos 52% dos votos populares e o Partido Republicano apenas 48%, para ficarem em situação de igualdade (50/50) no Colégio Eleitoral.


Segundo o The Cook Political Report, o Partido Democrata precisa ter uma vantagem de pelo menos 3 pontos percentuais (ou, mais realisticamente, 4 pontos) para garantir maioria de votos no Colégio Eleitoral.


A consequência é a de que, em quatro eleições presidenciais (1876, 1888, 2000 e 2016), candidatos que perderam as eleições pelo voto popular foram eleitos presidentes pelo colégio eleitoral — o que leva os opositores ao colégio eleitoral a concluir que o sistema não trata os americanos com igualdade.


Nos tempos mais recentes, em 2000 o ex-presidente republicano George Bush venceu o democrata Al Gore no Colégio Eleitoral, apesar de ter perdido o voto popular. Em 2016, o ex-presidente republicano Donald Trump também perdeu o voto popular, mas ganhou mais delegados para o Colégio Eleitoral do que a democrata Hillary Clinton.


O sistema de colégio eleitoral foi instituído pela Constituição dos EUA, de forma que, para mudá-lo, é preciso aprovar uma emenda constitucional — o que não é fácil: a aprovação de uma emenda constitucional depende dos votos de dois terços dos senadores e dos deputados e deve ser ratificada por três quartos dos estados.


Mas a "voz do povo" vai pesar algum dia. Hoje, segundo a pesquisa do Pew Research Center, 70% dos eleitores na faixa de 18 a 29 anos são a favor de abolir o colégio eleitoral (28% são contra); 65% na faixa de 30 a 49 são a favor (32% são contra); 59% na faixa de 50 a 64 são a favor (37% são contra); e 56% acima de 65 anos são a favor (41% são contra). Ou seja, as populações mais jovens vão decidir a seu tempo.


Informações via:

https://www.conjur.com.br/2022-dez-28/maioria-eleitores-eua-eleicao-direta-presidente


Imagens via:

https://sputniknewsbrasil.com.br/20230302/descrenca-nos-eua-nao-tem-coloracao-partidaria-e-atinge-direita-e-esquerda-no-brasil-diz-analista-27893867.html

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